O que foi a Revolta da Chibata?

março 07, 2020

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fonte: a voz popular jornal

A cidade do Rio de Janeiro que já havia sido palco da Revolta da Vacina em 1904, torna-se, mais uma vez, locus para um movimento de caráter popular conhecido como Revolta da Chibata (ou dos marinheiros), ocorrida em 22 de novembro de 1910, a qual recebeu tal nomenclatura, em função dos castigos corporais aplicados aos marinheiros, conforme atesta Francisco Bento da Silva:

Não existe consenso sobre a nomenclatura “Revolta da Chibata”, usada pela primeira vez na obra homônima, escrita em 1960, do jornalista Edmar Morel (1986) e depois também acatada por muitos historiadores. Álvaro P. do Nascimento (2001 e 2008), estudioso da história dos marinheiros da Armada, prefere dizer “Revolta dos Marinheiros” porque teria uma amplitude maior e assim daria conta de aspectos que não se resumem apenas ao uso da chibata e aos eventos de 1910 (SILVA, 2010, p. 114).

“Revolta da Chibata” ou “Revolta dos Marinheiros”, não se quer aqui, discutir o termo mais adequado, mas sim, lançar um olhar sobre esse importante movimento. Para situar os antecedentes do movimento, vale ressaltar que no alvorecer do século XX, a Marinha do Brasil ainda lançava mão de procedimentos típicos de uma sociedade escravista, através de suas medidas disciplinares, as quais incluíam o uso do açoite, sendo que a grande maioria dos marinheiros era composta de homens negros, o que rememorava para muitos o tempo da escravidão, tendo em vista que os açoites eram aplicados diante da tropa e no convés do navio como corretivo por faltas cometidas (LOPES, 2000). Diante deste cenário, criaram-se condições de revolta no interior da tropa e sob o comando do marinheiro João Cândido, as tripulações dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo (sendo esta última liderada pelo cabo Gregório), contando ainda com o apoio dos marujos dos Navios Barroso e Bahia (as quatro embarcações estavam fundeadas na Baía de Guanabara), amotinaram-se, exigindo aumento de soldo, melhoria geral das condições de trabalho dos marinheiros e, principalmente, a extinção das penas corporais, ainda vigentes no regime disciplinar da Marinha do Brasil (MOREL & ALMEIDA, 2010).

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