Afinal, qual a verdade?

novembro 11, 2020

Fonte: Vermelho

O governo de Goulart foi fortemente acusado de comunismo pela Elite brasileira e após vários protestos populares suplicando o fim do comunismo e para que houvesse uma intervenção militar, em 1964, através do Ato Institucional n° 1, os militares oficialmente tomaram o poder do Brasil.

O governo militar estendeu-se por 21 longos anos e trouxe várias consequências negativas para o Brasil. A liberdade de expressão foi vetada, havia censura, desigualdade social, corrupção, abuso de poder, opressão e tortura. Os cidadãos que se posicionavam publicamente contra o governo militar eram fortemente perseguidos, presos, torturados ou até mesmo mortos. De acordo com a Human Rights Watch (HRW), vinte mil pessoas foram torturadas e quatrocentas e trinta e quatro pessoas foram mortas.

Existiram diversos tipos de tortura, as mais famosas eram a pau de arara, afogamento, choque elétrico, pimentinha, cadeira do dragão, geladeira, palmatória, coroa de cristo, produtos químicos (inclusive ácido), agressões físicas e tortura psicológica. Diversos homens, mulheres e até mesmo crianças foram submetidas a condições desumanas.

Os militares que cometeram tais atrocidades tiveram seus crimes perdoados pela lei da anistia em 1979. 

LEI No 6.683, DE 28 DE AGOSTO DE 1979.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado).

As vítimas de tamanhas violências físicas e psicológicas, até  2012, nunca tiveram a oportunidade de terem suas histórias compartilhadas com o país, muito menos de poder abrir uma investigação contra seus agressores. Até que em 18 de novembro de 2011, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei n° 12.528, que tem por objetivo ouvir pessoas que foram vítimas de violência durante o período da ditadura militar.

"A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º É criada, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a Comissão Nacional da Verdade, com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional.

Art. 2º A Comissão Nacional da Verdade, composta de forma pluralista, será integrada por 7 (sete) membros, designados pelo Presidente da República, dentre brasileiros, de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e da institucionalidade constitucional, bem como com o respeito aos direitos humanos."

Até hoje muitos dos que praticaram abusos durante a ditadura, negam a existência de tortura, outra parte admite apenas a tortura psicológica, há muita contradição. Mas, assistindo à primeira parte do documentário "Em busca da verdade" é possível assistir os relatos de diversas pessoas que foram covardemente vítimas de diversos tipos de tortura, ou até mesmo de familiares que até hoje estão desaparecidas. Os relatos são muito pesados, é inevitável não chorar em alguns. O documentário está disponível abaixo:


fonte: carta virtual

Apesar de não estarem na maioria dos livros didáticos, diversas mulheres foram resistência contra um governo tão opressor. Opondo-se a censura estabelecida pela ditadura militar brasileira, alguns grupos manifestaram-se através de jornais. Esses grupos rogavam por causas anticapitalistas, contra violências de gênero, igualdade, paz e injúrias sociais. Houveram diversos jornais, como, "Brasil mulher", "Maria Quitéria", "Nós Mulheres" e "Mulherio". Clica aqui para saber mais sobre essas mulheres.

Afinal, ouve ou não tortura e abuso de poder durante a ditadura? Caro leitor, censura, diversos dados que apontam colapso social e econômico, inúmeros relatos de perseguição, tortura, desaparecimento e morte, te fazem tirar quais conclusões? 




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